Copa do mundo em 1962
Aspectos Sociais
O Brasil comemorava o título de bicampeão na Copa de 1962, conquistado meses antes, e a grande estrela do torneio, ninguém duvidava, tinha sido o genial Garrincha, com seu futebol irreverente, ousado e criativo mas, se era idolatrado nos campos, quando o assunto envolvia sua vida pessoal, esta era tratada na imprensa em tons maldosos e preconceituosos. Em outras áreas, o termômetro político esquentava no país. Greves gerais exigiam, de um lado, antecipação do plebiscito pelo parlamentarismo e, de outro, a concessão do 13º salário, resultando em quebra-quebra e saques no Rio de Janeiro. No campo, a palavra-de-ordem era 'reforma agrária'.
Política
Já no cenário político, nacional e internacional, assuntos bem mais sérios agitavam aquele início de anos 60. A tentativa frustrada dos Estados Unidos de invadir Cuba (crise dos mísseis) era a manchete principal . Repelido pelos cubanos, o ataque à Baía dos Porcos vinha acompanhado do bloqueio comercial dos EUA à ilha de Fidel. Como ainda não tinha acontecido o golpe militar, respirava-se no Brasil alguma democracia, e o presidente Jango (João Goulart) não estava indeciso em escrever ao embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, para comunicar que o Brasil se opunha à invasão da ilha.
As eleições de 1962 modificaram a correlação de forças no Congresso Nacional. O PSD manteve a sua tradicional posição de maior partido, porém o PTB, o partido do presidente, foi o mais votado e passou a ocupar o segundo lugar, suplantando a UDN. Se antes havia uma polarização entre o PSD e a UDN, depois de 1962 ocorreu uma redefinição das alianças e uma maior fragmentação do sistema partidário. Para barrar as reformas, sobretudo a agrária, setores importantes do PSD, por exemplo, alinharam-se à UDN. O PSD, conhecido como o partido do centro, abandonou suas posições mais moderadas e perdeu o papel de amortecedor das crises políticas que o país vinha enfrentando desde o segundo governo Vargas.
Economia
Se