Cop 18
A conferência climática da ONU, a COP 18, que acontece em Doha, no Qatar, vive seus últimos instantes em clima de apreensão, já que ainda não há um acordo entre os 193 governos que integram a convenção da ONU sobre mudança do clima (UNFCCC, na sigla em inglês) sobre a prorrogação do Protocolo de Kyoto e a assistência financeira aos países em desenvolvimento para lidar com a mudança climática.
A falta de acordo inclusive gerou comentários irônicos do vice-primeiro-ministro do Qatar, Abdullah al-Attiyah, presidente da COP 18. Diante da falta de acordo, ele se dirigiu aos delegados durante os debates na plenária dizendo que não tinha pressa para que se chegasse a uma decisão. "Eu não tenho pressa. Minha casa fica a apenas 10 minutos de carro".
A falta de envolvimento dos anfitriões para tentar destravar a negociação foi criticada por delegados, principalmente os da União Europeia. A estagnação dos países diante de impasses também tem sido lamentada por governantes. "Desde esta manhã, não avançamos muito", lamentou o ministro francês do Desenvolvimento, Pascal Canfin. O ministro alemão do Meio Ambiente, Peter Altmaier, disse que "espera que as negociações avancem noite adentro".
Nas últimas semanas, relatórios e estudos alertaram sobre a realidade da mudança climática e os esforços que estão muito longe do necessário. Desde 1995, a comunidade internacional se reúne anualmente sob a convenção climática da ONU para tentar distribuir de forma justa as reduções de gases do efeito estufa (GEE) entre as diferentes nações.
Segundo um estudo recente, no ritmo em que aumentam as emissões de CO2, a mais de 3% anuais entre 2000 e 2011, o aumento da temperatura pode superar 5 ºC em 2100, ou seja, três graus a mais do que os cientistas apresentam como o limite a partir do qual a maquinaria climática pode se acelerar.
Avanço essencialmente simbólico
A ambição de Doha é muito menor e concentra-se no estabelecimento do segundo período do Protocolo de Kyoto, chamado de