CONTROLE DE JORNADA DE TRABALHO DE CARGOS DE CONFIANÇA
A “intelectualização” do trabalho consiste no aumento da capacidade de interação entre trabalhador e processo de trabalho, o que implica em maior
10
31 responsabilização do trabalhador em relação à produção, uma vez que, ele passa a ser responsável, não somente pela execução das atividades, como também, pelo planejamento, controle e revisão do processo produtivo.
Esses novos atributos do trabalho “inteligente” demandam, por parte do trabalhador, maior capacidade de raciocínio lógico e abstrato, maior poder de decisão e constante processo de aperfeiçoamento; tais características tornam o trabalho menos fragmentário e rotineiro, e por isso, mais inteligente (SCHEIBE et al. , 2004).
A partir desse novo tipo de demanda, baseada, na capacidade do trabalhador interagir com novas situações decorrentes de procedimentos abstratos, algumas atividades laborais tendem a se diferenciar das atividades realizadas no fordismo.
Enquanto o trabalho no fordismo era baseado nos princípios da fragmentação das atividades, separação entre concepção e execução das tarefas, simplificação de processos, diminuição dos ciclos operatórios e, por fim, formação e treinamento de trabalhadores mais rapidamente (Laranjeira,
2001), com a “intelectualização” das atividades, o trabalho tornou-se mais rico em conteúdo e passou a demandar um novo tipo de engajamento por parte do trabalhador, como verifica Rosenfield (2005), a “intelectualização” foi um processo decorrente da introdução de novas tecnologias, com destaque para as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), e das novas formas de gestão do trabalho (trabalho em grupo, células de produção e círculos de controle da qualidade).
Analisando o impacto das novas tecnologias sobre a sociedade, Castells
(2005) afirma que ao transformarem os processos de processamento da
11
32 informação, as novas tecnologias da informação agem sobre todos os domínios da atividade humana e