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Há 60 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, em um dos períodos mais sanguinários da história da Humanidade, a perseguição aos judeus assumia proporções inéditas nos países ocupados pela Alemanha.
Fiel ao programa de eliminação dos judeus, traçado em seu livro Mein Kampf (Minha Luta), Hitler estava determinado a atingir seus objetivos e realizar a sua obra. Grande parte dos judeus que haviam sido deportados da Alemanha e da Áustria já haviam morrido nos campos de concentração, enquanto milhares de outros estavam a caminho do mesmo trágico fim.
No entanto, o destino final das vítimas ainda era ignorado pela maioria. Apenas o Vaticano, em função da presença de seus representantes ao redor dos campos da morte nazistas, tinha informações precisas sobre o que estava acontecendo aos judeus. Porém, apesar de receber constantemente relatórios sobre os fatos, o papa Pio XII – então líder supremo da Igreja Católica – permaneceu calado. Nada, então, podia deter o monstruoso plano de exterminação de Hitler, face ao silêncio daquela que era a única potência moral que detinha o poder e os meios para modificar a grande indiferença – ou mesmo conivência –dos habitantes dos povoados de onde os judeus eram deportados.
[...] A parte que tocou ao povo judeu disperso na Diáspora (Dispersão) foi calcada na perseverança e resignação e na esperança de um dia ver, finalmente, a justiça triunfar sobre o ódio – um ódio que fora disseminado pela Europa, durante 18 séculos, através de ensinamentos cristãos baseados em calúnias e desprezo. Mas as raízes desse mal já eram tão profundas que o povo judeu, mais uma vez, teve que vivenciar as trágicas conseqüências do preconceito.
Quando o governo alemão instalou-se na Polônia, em outubro de 1939, uma de suas primeiras providências foi transferir e aprisionar, no exíguo espaço do antigo bairro judeu, os 400 mil judeus de Varsóvia. Em condições normais, esse bairro tinha a capacidade de abrigar apenas 60 mil