Contributo Dra Filipa Cardoso
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Tal como nos diz Gilles Lipovetsky, Embora antidionísica, a sociedade de hiperconsumo não conseguiu, evidentemente, erradicar todas as formas de embriaguez, todas as buscas de êxtases, transes e sensações exacerbadas. Prova disso são o álcool, a droga.”
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Na sociedade madeirense, o consumo excessivo de álcool, é um fenómeno que está intimamente ligado à questão cultural, às tradições, usos, costumes e, também, à existência de falsos conceitos subjacentes ao uso das bebidas alcoólicas.
Contudo e não obstante os impactos que recaem sobre as famílias, “A aceitação cultural que prevalece relativamente ao álcool, juntamente com o fácil acesso ao mesmo, contribuem para que seja a droga mais consumida em Portugal e noutros países ocidentais, sendo também, a substância cujo consumo acarreta maiores custos sociais.”
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Nesta relação de proximidade com o álcool, o indivíduo, procura alcançar um efeito reconfortante, euforizante e, até, anestésico, para lidar com a ansiedade e as dificuldades que, por vezes, a vida comporta. Utiliza-o, como escape, na busca de um contacto social mais fácil, desinibindo-se e conquistando novas “amizades”, ignorando o impacto que possa causar à sua saúde e ao seu ambiente familiar.
A preocupação com os filhos dos doentes alcoólicos, por vezes, só se revela quando estes começam a apresentar sinais evidentes de dificuldades de aprendizagem ou, inclusivamente, alterações de conduta na escola. Quando essa situação ocorre, faz-se a correspondência com o ambiente familiar onde estão inseridos.
No entanto e, apesar de haver o reconhecimento que representam uma população com características, particularmente, vulneráveis, pelo facto de estarem em processo de formação de personalidade, desenvolvendo-se e construindo-se como futuros adultos,