Contributo da Análise Forense Digital para a capacidade de Intelligence do Exército
Contributo da Análise Forense Digital para a capacidade de
Intelligence do Exército
Cap TM (Eng) Nuno Casteleiro de Goes ncgois@gmail.com Lisboa
2013
Com a expansão da Internet à escala global, a eliminação das fronteiras gerou um grande problema para as instituições no combate ao crime, uma vez que potenciou a ocorrência de crimes electrónicos onde a vítima e o criminoso estão em lugares geograficamente distintos, estravazando as fronteiras de soberania de um país, configurando-se a grande maioria das ocorrênicas como delitos internacionais.
Torna-se assim necessário e primordial para o sucesso da investigação e da missão, a troca de informações e provas eletrónicas entre as agências de investigação.
Por se tratar de um fenómeno e uma necessidade muito recente, ainda não existem padrões internacionais para o tratamento desse tipo de prova que obtenha consenso entre as entidades a que cabe a investigação. Assim, o valor jurídico de uma prova eletrónica recolhida e manipulada, sem padrões pré-estabelecidos, pode ser contestada e frequentemente inviabiliza a investigação devido à nulidade das provas apresentadas.
A ciência forense digital é um campo de pesquisa relativamente novo e em desenvolvimento, principalmente pela necessidade das instituições actuarem no combate ao crime informático. Em Portugal, existem muito poucos investigadores nesta área, estando o grupo dos que a podem praticar, para angariar prova passível de utilização em processo penal, habitualmente restrito aos investigadores da Secção de
Investigação de Criminalidade Informática e Tecnológica da Polícia Judiciária (SICITPJ)1.
Hoje, a análise forense digital2 é considerada como ciência, sendo suportada com base numa metodologia, assente em observações, tese, investigação e testes com o único objectivo de mostrar a ligação entre os vestígios de um crime e aquele que os gerou.
1