Contratos Faciais - Resenha

O autor Erving Goffman, nascido em Mannville em 1922, foi um cientista social e escritor canadense, e em seu texto Contratos Faciais ele discorre principalmente sobre os assuntos desatenção cordial, a estrutura dos compromissos faciais, a acessibilidade e os direitos de partida. Para o autor, a desatenção cordial se refere a um acontecimento cada vez mais comum na sociedade contemporânea. Através desse ato, o indivíduo trata as pessoas como se elas nem ao menos existissem, ou como se fossem somente objetos que não necessitam de atenção, muito menos de uma observação atenta. Além disso, o indivíduo pode alterar até mesmo sua fisionomia, quase sempre em consequência da presença de outras pessoas. Esse tratamento é verificado eventualmente com as crianças, empregados, negros e doentes mentais. Esse comportamento mostra claramente que não nos expressamos somente através de palavras, mas também de gestos, olhares, expressões e que muitas vezes nos esquecemos disso e somos ‘mal entendidos’ através desses atos. Outro assunto também tratado no texto é o compromisso facial. Os compromissos faciais “compreendem todas as circunstâncias em que se envolvem dois ou mais participantes em uma dada situação que, nitidamente, alia ambos na manutenção de um único foco de atenção cognitiva e visual – dando a impressão de uma atividade mútua única, propiciando direitos comunicativos preferenciais”. O contato facial se inicia através de alguém que procede ao lance de abertura por intermédio de uma expressão específica dos olhos, entretanto muitas vezes isso ocorre por meio de uma declaração ou um tom específico de voz no início da declaração.
O compromisso propriamente dito começa quando essa abertura é reconhecida pelo outro, que retribui o sinal com os olhos, com a voz ou com uma postura que assume. Os olhares olho-a-olho desempenham um papel especial na vida comunicativa da comunidade, estabelecendo, ritualmente, uma abertura irrestrita a declarações verbais e uma relevância