Contra cultura
A passagem da década de 50 para a década de 60 foi um período de grandes transformações na sociedade norte-americana. Os anos 50 trouxeram aos Estados Unidos um grande crescimento econômico e a sua consolidação enquanto superpotência capitalista perante o resto do mundo. Porém, estes avanços na economia surtiram impacto negativo em muitos setores da sociedade, que não viam os frutos da prosperidade do país e a riqueza serem distribuídos igualmente. O que realmente acontecia era os ricos aumentarem cada vez mais seu poder aquisitivo e os pobres terem cada vez mais dificuldade de se estabelecer. Esta desigualdade, portanto, foi crescendo à medida que o mercado norte-americano se fortalecia e o que parecia progresso foi, passo a passo, descontentando parte da população. E foi justamente na década de 60 que muitos jovens se posicionaram contra os valores da sociedade norte-americana - ter um bom carro, um bom emprego, constituir uma família, em suma, ser bem sucedido pessoal e profissionalmente. Esta década é marcada por um grande número de jovens, frutos do baby-boom do pós-Segunda Guerra Mundial (a taxa de natalidade nos anos da guerra e do pós-guerra aumentou consideravelmente e trouxe consigo reflexos posteriores, afinal os bebês da década de 40 se tornariam jovens colegiais e universitários durante a década de 60). Foram estes jovens, que formavam uma boa parte da população norte-americana do período, que fizeram parte do movimento que chamamos Contracultura. A contracultura nada mais é do que a negação dos valores impostos pela sociedade norte-americana que valorizava o indivíduo que tivesse um bom carro, um bom emprego, dinheiro e uma família, por exemplo. Muitos foram os grupos da contracultura norte-americana, mas certamente os representantes mais importantes desta corrente foram os hippies. Diante de toda a desigualdade social e das contradições vistas na sociedade dos anos 60 – de um lado, prosperidade, crescimento