Contos
O conto de Jorge Luís Borges, Fala de um personagem o Ireneo Funes. Ele tinha uma memória tão poderosa, mas tão poderosa, que era maior que todas as suas capacidades. Porém, para ele, isso não era vantagem, pois, essa sua grande memória o deixa incapaz de pensar em outras coisas, principalmente sobre sua própria vida.
A vida de Funes se tornou mais difícil depois de um acidente fazendo com que ele sofresse uma transformação na sua memória. Depois disso, sua forma de enxergar o mundo mudou completamente: Tudo o que ele via, era imediatamente guardado e projetado em sua memória. Para qualquer um, isso seria algo banal, portanto esquecido. Mas para Funes não. É como o autor fala: “viver era reviver lembranças e Funes gastava dias inteiros lembrando-se de outros dias por completo”.
Funes acreditava tanto na sua memória, que cada dia que passava ele vivenciava tudo com mais detalhes. “sua verdade estava nos detalhes”. Para ele, viver era lembrar-se.
O único problema de Funes era que ele nunca teria capacidade para produzir história por si própria, ou seja, ele era incapaz de esquecer, porém toda sua memória estava ligada ao presente, e ele estava muito ligado ao passado para produzir sua própria história de vida.
É quando o autor fala: “Havia aprendido sem esforço o inglês, o francês, o português, o latim. Suspeito, contudo, que não era muito capaz de pensar. Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair”.
E no mundo de Funes não havia mais nada senão detalhes.