Conto
Meu braço ainda doía graças a queda. Uma dor aguda e pulsante, que me fez pensar que quebrei o braço. Mas o que importa é que consegui sair de meu cativeiro. Não sei onde estou ainda está tudo muito escuro, mas pelo que percebi é um corredor em uma área muito quente do navio.
—ALGUÉM?! ALGUÉM ME AJUDA?!— Minha voz ecoava pelo local.
Porém nenhuma resposta. Tudo que eu ouvia era o som do enorme motor funcionando. Não conseguia ver nada, então me guiava tateando a parede metálica do corredor onde estava. Precisava ser rápido. Não sabia quando eles voltariam, era arriscado. Talvez eles fizessem algo pior que me deixar apenas preso dentro daquela saleta apertada.
Os minutos seguintes foram arrastados, porém resumiam-se em eu andando e andando. Até que finalmente encontrei uma fresta de luz próximo ao chão. Apertei meu passo. Minha perna latejava de dor. Era difícil correr, mas era preciso. Por fim cheguei a porta. Com dificuldade consegui empurrar a pesada trava de ferro e no instante seguinte estava em um corredor apertado, na parte mais baixa e externa do barco. A minha frente um corredor iluminado pela luz da lua e molhado pela chuva que se seguia. O vento era forte, com toda certeza teria dificuldade de percorrer aquela distância. Porém precisava chegar até as escadas no fim do corredor.
Comecei minha jornada pela liberdade.
A água salgada do mar salpicava meus ferimentos aumento ainda mais a dificuldade de percorrer aquela distancia. O vento forte me forçava a voltar para o lugar de onde vim, mas minha vontade de viver era maior. Eu precisava sair dali.
Seja lá quem é que estava por trás de tudo isso iria até o fim.
Com dificuldade fui vencendo cada metro do corredor. Meus lábios e ferimentos sangravam a medida que eu fazia mais esforço. Meu braço latejava e
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minhas pernas pediam arrego. Mas finalmente consegui chegar até as escadas metálicas. Meu coração acelerou e eu ri descontrolado quando percebi que havia conseguido. Uma força desconhecida me