Conto Policial
Na cidade de São Paulo vivia Ailton e sua mulher, Júlia. Ele era jogador de futebol da primeira divisão do campeonato estadual paulista, era conhecido por todos e sempre comparecia a programas de TV. Ailton também tinha um tio que se chamava Maurício, que era roupeiro do clube onde ele jogava, os dois eram muito próximos; Maurício era um ex-jogador do Corinthians e tinha muito que ensinar ao seu sobrinho. Como todo bom jovem Ailton prestava bastante atenção nas dicas de seu experiente tio e as levava pra dentro de campo, onde se saia muito bem com a bola nos pés.
Júlia estava em todo treino de Ailton e isso o incomodava, pois sabia que eu, que o invejava, caia de amores por sua mulher. Ailton jogava muito bem e tinha a mulher perfeita, não tinha como não o invejar, e por isso hoje eu estou aqui na cadeia condenado a 35 anos de solidão.
Eu sempre invejei Ailton, desde quando começamos a jogar juntos, depois de 11 anos o invejando e ouvindo-o dizer “O João nunca vai ser metade do que eu sou”, decidi fazer algo, começando pelo meu coração. Júlia seria minha por bem ou por mal, querendo ou não e, além disso, a fama de Ailton logo acabaria.
Com todo o plano em mente, continuei treinando normalmente e procurei me distanciar de Júlia para que Ailton pensasse que eu desistira de sua mulher, mas pelo contrário, a cada dia eu a queria mais e mais. Ailton dormia no clube naquela semana de 23 de outubro devido à final do campeonato paulista que ocorreria no dia 28 do mesmo mês. Com o jogadorzinho fora de casa só me restava conhecer uma forma de penetrar a segurança de sua casa no Morumbi para “buscar” Júlia.
Porém eu não poderia fazer aquilo, pois assim minha carreira iria para o espaço se descobrissem, quem o faria por mim? Foi aí que conheci Rafão, ele era colega do meu tio e ex-espião profissional da agência C.E.L., de onde foi demitido por espionar contra a própria agência. Como todo bom espião,