conto de novela
Refletindo a respeito dessas palavras de Hali (que descanse em paz) e perguntando-me sobre seu verdadeiro significado — como o faria alguém que, tendo recebido um sinal, ainda tivesse dúvidas e pressentisse algo por trás daquilo que compreendera —, eu seguia sem prestar atenção no caminho, até que um vento gelado no rosto reavivou meus sentidos para o que havia em torno.
Surpreso, observei que tudo ali me era estranho. De um lado e outro, estendia-se uma vasta planície, descampada e desolada, recoberta por um capim alto e seco, que assobiava e gemia ao vento de outono, provocando sensações misteriosas e inquietantes cujo significado só Deus poderia saber. Acima da vegetação, a grandes intervalos, despontavam pedras de formatos estranhos e cor escura, que pareciam ter entre si um mudo entendimento, como se trocassem olhares de significado assustador, ou como se houvessem erguido as cabeças para espiar alguma coisa que estivesse por acontecer. Aqui e ali, surgiam umas poucas árvores, batidas pelo vento, parecendo ser as líderes dessa conspiração maligna de silenciosa expectativa.
O dia já ia alto, imaginei, embora não pudesse ver o sol. E apesar de perceber o ar frio e úmido, minha consciência de tal fato era mais mental do que física — não tinha qualquer sensação de