CONTEXTUALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE SAUDE NO BRASIL

4293 palavras 18 páginas
CONTEXTUALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL

Para analisarmos a política de saúde no Brasil faz-se necessário tomarmos como pressuposto principal que o seu desenvolvimento sempre esteve relacionado à evolução sócio-política e econômica da sociedade, não sendo possível dissociar essa evolução do avanço do capitalismo nacional, o qual sempre sofreu forte determinação do capitalismo a nível internacional. Este, por sua vez, nunca colocou a questão da saúde num lugar central dentro da sua política de desenvolvimento, pelo contrário, sempre foi deixada na periferia do sistema, “tanto no que diz respeito à solução dos grandes problemas de saúde que afligem a população, quanto na destinação de recursos direcionados ao setor saúde.” (POLIGNANO, p. 2)
Desde a colonização portuguesa até o século XVIII a questão da saúde sempre foi alvo de descaso no Brasil. A população não dispunha de nenhum modelo de atenção básica à saúde e nem o governo de Portugal demonstrava interesse em criá-lo. “Deste modo, a atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de curar.” (POLIGNANO, p. 3)
A vinda da família real ao Brasil apenas proporcionou a criação de uma estrutura sanitária mínima que desse suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro. A falta de médicos era uma realidade constante, na cidade do Rio de Janeiro havia apenas 4, e em alguns estados simplesmente não existia esse profissional. Com isso, deu-se o surgimento de profissionais de saúde designados por boticários (farmacêuticos), eles tinham como tarefa manipular as fórmulas prescritas pelos médicos, mas a verdade é que eles próprios tomavam a iniciativa de prescrevê-las à população.
No século XIX, pela falta de um modelo sanitário para o país, proliferaram-se nas cidades brasileiras as epidemias. No início desse século, a

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