contação de história
Histórias são pontes; são laços entre o narrador e o ouvinte, entre o real e o imaginário, entre o passado, o presente e o futuro; são elos que se constroem e reconstroem entre seres humanos, em um processo sem fim.................
Partir desse princípio não é apenas uma forma poética de realçar a importância das narrativas fantásticas, das fábulas e de todas as histórias que povoam o universo infantil. No projeto “Quem conta, reconta... faz de conta”, que começa agora, queremos recuperar um olhar que se perdeu ao longo do tempo...
Normalmente, quando os adultos leem as fábulas ou mesmo quando tentam interpretá-las, sobressaem os aspectos “pedagógicos” que estão na origem dessas narrativas.
Quando não existiam escolas, imprensa, quando os livros eram copiados à mão e o mundo era ainda um enorme continente inexplorado, essas histórias representavam um caminho para a educação de valores, posturas de vida, costumes.
Esse é um dos motivos pelo qual as fábulas são maniqueístas e moralistas. Falam do bem e do mal, do certo e do errado, do justo e do injusto, da união e da desunião, do medo e da coragem. Tanto que não eram dirigidas às crianças, mas especialmente aos adultos – daí o tom até assustador que assumem nas versões originais.
Mas faz sentido, nos tempos de hoje, tratar as histórias de fadas como se fazia na Idade Média. Não é esse mundo cheio de certos e errados que magnetiza as crianças (e os adultos). É, sim, a sua riqueza imaginativa, a sua base de sonhos e de possibilidades que levam os humanos para muito além de seu cotidiano.