Contaminação do Litoral
O modo de produção vigente levanta questionamentos com relação a exploração contínua e acelerada dos recursos naturais e do próprio homem. No final deste século a preocupação com o meio ambiente deixou de se restringir à academia, encontrando eco nos diversos segmentos da sociedade, distribuindo a responsabilidade nas esferas social, política e econômica.
A análise do arranjo no meio ambiente revela que o capital provoca efeitos muitas vezes irreversíveis. Por este prisma explica Samuel Branco (1988) que "O homem tem a capacidade de deformar o meio ambiente e adaptá-lo a seus interesses, porém tem suas limitações. Tais limitações são as tradições, história e vocação deste homem. Desrespeita-las é desrespeitar a própria dignidade humana". O autor propõe que o meio ambiente é finito, merecendo atenção dos diversos segmentos sociais, principalmente dos atores sociais locais, como no caso da área em estudo, que deve ser vista levando-se em conta a cultura dos integrantes da comunidade ali localizada.
A história do capital passa pelo processo de industrialização e urbanização em um ritmo rápido, baseados no avanço da ciência e no aprimoramento da técnica. Esses avanços tecnológicos submetem os recursos naturais e o homem ao capital como chama atenção Milton Santos (1996), “Rodeados, nesses últimos quarenta anos, por mais objetos do que nos precedentes quarenta mil anos. Sabemos muito pouco sobre o que nos cerca. A natureza é abstrata, já que as técnicas, no dizer de G.Simondon (1958), insistem em imitá-la e acabam conseguindo (...). A técnica é a grande banalidade e o grande enigma, e é como enigma que ela, comanda nossa vida, nos impõe relações, modela nosso entorno, administra nossas relações com o entorno. Ontem, o homem se comunicava com o seu pedaço da natureza praticamente sem mediação, hoje, a própria definição do que é esse entorno, próximo ou distante, o local ou o Mundo, é cheia de mistério."
Caminhando para a globalização o espaço