Contagem regressiva
Marta Dias de 50 anos é casada com José Dias de 52 anos, e vivem juntos à 24 anos. Deste casamento surgiram dois filhos, Rui de 22 anos e João de 16 anos.
A cerca de um ano, foi diagnosticada a doença de Alzheimer a Marta. Antes de ser diagnosticada esta doença era docente universitária, muito dinâmica, ativa, com muita auto-estima e sempre presente na vida dos filhos, marido e atividades domésticas.
À uns anos atrás, quando saia de casa, gostava de deixar a casa limpa, mas mais tarde começou a perder o interesse culpando o marido. Muitas vezes não reconhecia o próprio marido, inclusivamente não sabia o nome dos filhos nem o dia da semana em questão. Recusava alimentar-se convenientemente manifestando, às vezes, falta de força muscular, começou a perder peso e refugiou-se em casa.
Marta foi ao neurologista, acompanhada pelo marido e pelos filhos, onde foi detetada a patologia, sendo medicada para que esta não fosse tão progressiva. Surgiram novos sintomas como incontinência urinária e necessidade de vigilância constante.
O marido era a pessoa que estava mais em contacto com Marta, e que sofreu mais alterações nas suas actividades de vida diárias, privando-se totalmente de sair para estar em contacto com a mulher. José teve necessidade de começar a trabalhar em casa para dar mais apoio à esposa. Não estava habituado a participar nas actividades domésticas e, portanto, viu-se na necessidade de pedir ajuda a outros familiares.
Os filhos tentam dar apoio psicológico ao pai e ajudar na gestão da casa. O Rui, o filho mais velho, manifesta necessidade de apoio psicológico pois sente frustração por não ter formação nessa área e não saber lidar com a doença, tendo-se questionado se a doença é genética.
Rui tinha uma relação forte coma mãe conversando horas com ela sobre a sua vida, mas com o desenvolvimento da doença foi-se afastando porque sempre que falava com a mãe sentia-se ignorado.
O filho mais novo, o João, escondia a doença da mãe aos amigos, uma