Contacao de Historia
Texto: "Contar histórias, uma arte maior" - Celso Sisto
"Contar histórias emancipa tanto quem conta, quanto quem ouve".
Verdade lindamente expressa pelo contador de histórias, ator, escritor, ilustrador e mestre em Literatura Brasileira Celso Sisto, em seu estudo da arte de contação de histórias (e estórias), que publico abaixo, como material de apoio para quem está iniciando nessa arte, incluindo a excelente bibliografia que o Celso indica.
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"Contar história pode ser uma sinfonia. Desde que nesta sinfonia, orquestrada com palavras, entrem todos os instrumentos: do sopro da respiração, ao metal da voz; do dedilhar do corpo, ao ribombar do olhar.
Contar histórias pode ser uma opereta. Desde que nesse gênero cênico do conto, as partes embaladas pelo ritmo da fala se alternem com o que se narra com alma.
Contar histórias pode ser uma dança coreográfica. Desde que nesta seqüência de palavras com corpos e corpos com palavras, se esteja inteiramente comprometido com a melhor maneira – e nunca a única – de se expressar o coração da palavra. E que a fala, os movimentos, passos e gestos estejam associados à emoção, e claro, à plasticidade.
Contar histórias na verdade é a união de muitas artes: da literatura, da expressão corporal, da poesia, da musica, do teatro... Não há como ignorar esse quê de performático do contar histórias. Ainda que o foco maior seja apenas a voz e o texto, projetados no espaço, para atingir uma plateia. A utilização apenas desses dois elementos, voz e texto, por si só já bastaria para caracterizar o cênico e o dramático.
Mas a palavra merece mais do que um espetáculo. A palavra na boca de quem conta é o próprio espetáculo, se com isso extrapolar-se a noção de cartilha. Se para isso o narrar, o comunicar, o dialogar, o atingir outrem, o suspender o tempo, o emocionar, estiverem conjugados de modo a transformarem um texto em objeto duplamente estético. Estético na escrita, estético na