Consumo como cultura material de daniel miller
O artigo “Consumo como cultura material”, de Daniel Miller, primeiramente, trabalha com as perspectivas históricas e sociológicas do consumo e, segundo, a perspectiva antropológica do ponto de vista regional. O recorte feito a respeito de quatro gêneros: casa, vestuário, mídia e carro, é fruto de abordagens teóricas e substantivas, até perceber que o consumo nos faz entender a humanidade.
Para pensarmos o consumo quanto cultura material, a autor nos mostra as implicações que estão sujeitas quando analisamos o consumo sob o olhar do material. Nesse sentido, o consumo pode estar em oposição à cultura material, que parte para um preconceito “antimaterial”. Na temática em que aborda a oposição à cultura material, Miller supõe que ele se volta para um consumo de massa, quando visto como o consumo moderno. Em contraposição à perspectiva de ser entendido por um desejo pelo desenvolvimento e pela erradicação da pobreza, está sendo mais considerado como um mal, frente a questões morais e normativas. Contudo, tais percepções eram anteriores ao consumo de massa moderno. Uma visão interessante ocorre na relação inversa à produção, esta tida como criatividade, e o consumo como esgotamento de recursos, pensando os casos no trabalho que Marx pensava. Um exemplo tratado pelo autor se refere à temática dos ambientalistas que, abalizada sob a moral, trata o consumo como destruição. Outra visão que ele explícita encontra-se no período em que o cristianismo medieval e o consumo das elites se distanciavam das condições sociais do ato de consumo. Aqui fica evidente a contribuição de Pierre Bourdieu (1984), ao tratar do consumo das classes sendo naturalizados enquanto gosto. Daniel Miller destaca que a oposição criada à cultura material se dá a partir de uma hierarquia, tomando posição de uma moral no sentido antimaterialista. Ao lembrar-se dos termos cunhados por Veblen, do consumo vicário e conspícuo, e por