consumismo
Nas condições econômico-ideológico-jurídico-discursiva do capitalismo, contudo, nem sempre o tempo de trabalho que trocamos pela mercadoria-simbólica-dinheiro é remunerado de forma que nossas necessidades sejam supridas. Enquanto a classe dominante acumula excesso da mercadoria-simbólica-dinheiro que pode ser trocada por uma infinidade de objetos-mercadorias, a classe trabalhadora e parte dela que inclusive fica fora do mercado de trabalho (desempregados) não conseguem ter a quantidade de mercadoria-simbólica-dinheiro suficiente para trocar por objetos-mercadorias de modo a suprir suas necessidades. Essa contradição gera faltas, conflitos, infelicidades, degenerações sociais, guerras, banditismo, caos, etc.
Por que essa desigualdade? Por que uns podem consumir além do necessário e outros sequer conseguem suprir suas necessidades básicas? Existem várias explicações para esse fenômeno social: a exploração que a classe dominante exerce sobre a classe trabalhadora é uma das principais explicações, com a qual, inclusive, concordamos, logo, é preciso por fim a essa exploração de classe, que gera tamanhas desigualdades sociais, por isso lutamos pelo Socialismo Livre. Mas, aqui, nesse texto, queremos chamar a atenção para um fator pouco discutido. O que gerou historicamente essa ambição de ter sempre mais possibilidade de consumir, enquanto outros sequer podem consumir o suficiente para manter suas vidas com dignidade? Algo mais profundo do que a simples exploração em si de uma classe sobre a outra deve estar operando ao longo dessa construção histórica das práticas sociais relacionadas às possibilidades do consumo.
A ambição pelo consumo, o que gera