Consumidor
16 de outubro de 2009
O consumidor que vê o futuro
O "consumidor colaborador" ajuda as empresas a sair do feijão-com-arroz das ferramentas convencionais de marketing e se torna um trunfo para aquelas que sabem aproveitar seu potencial.
Por: André D´Angelo*
No filme Quero Ser Grande (1988), Tom Hanks interpreta um préadolescente que tem seu desejo de se tornar adulto subitamente atendido por uma máquina em um parque de diversões. Embora passe a habitar o corpo de um homem de 35 anos, o garoto continua com uma mentalidade infantil - a ponto de, em uma sequência clássica, refestelar-se em uma loja de brinquedos como qualquer menino. O detalhe curioso do filme é que as travessuras na loja não lhe rendem carraspanas de seguranças ou o olhar de reprovação de outros adultos, como se poderia esperar de qualquer roteiroclichê. Hanks, ao contrário, torna-se diretor de marketing de uma fabricante de brinquedos, nomeado por ninguém menos que o proprietário testemunha acidental de suas traquinagens no ponto-de-venda. O chefão identifica nele as características ideais para o posto: um profissional apaixonado pelos produtos que vende e, por isso, capaz de enxergá-los sob a ótica de... uma criança.
Desde os primeiros anos desta década, a história de Quero Ser Grande deixou de ser uma completa fantasia. Não, ainda não existem máquinas milagrosas que envelheçam ou rejuvenesçam alguém a partir de um simples pedido. Mas,
sim, já existem
empresas que transformam pessoas
aparentemente comuns em aliadas de seus negócios, reservando-lhes, senão
um assento na diretoria, ao menos uma posição de protagonismo no desenvolvimento de novos produtos e na antecipação de tendências de consumo. São os consumidores-colaboradores, personagens recentemente incorporados à rotina de companhias interessadas em obter insights mais originais do que aqueles gerados por pesquisas de mercado convencionais e por brainstorms internos.
O consumidor-colaborador