Consumed by spark
Naquela noite nublada e escura permeava em minha mente a estranha sensação de confusão. Preso nesta instituição, julgado como louco, e tendo minhas atitudes sendo vistas com maus olhos por todo. Quem eu poderia culpar? No desespero, a primeira opção encontrada é tomada, sem tempo para analisa-la como correta ou como um caminho errado estreito. Sempre recluso em minha própria casca, mantendo distancia de qualquer tipo de contado com o mundo lá fora. Onde eu ficaria mais aprisionado? Em minha própria prisão mental criada para afastar os medos do passado ou onde fui trago a força, encarcerado, cercado de lunáticos?
Não há lugar para esperança aqui em Belmetch. Fui encaminhado para cá, enquanto aguardo por um longo tempo de espera a chegada de minha morte.
Na verdade, meus dias teriam chegado ao fim muito tempo atrás, quando resolvi partir junto com a minha família para o único lugar em que a paz era alcançável naquela época. Num lugar preenchido pelas trevas e o caos, a morte era considerada solução.
Morreria fugindo da guerra no Iraque, que após messes de duração, finalmente alcançava a mim e minha família. Sobre ameaças de ataques vindo durante qualquer hora do dia, toda felicidade e alegria havia sido sugada de nossas vidas e substituídas pelo medo constante da morte. E com a morte caminhando calmamente em minha direção, abraça-la foi a única solução que de alguma maneira parecia sustentável em minha cabeça.
Após ter afogado meus dois jovens filhos na banheira de minha casa e silenciado a dor de minha mulher com o único disparo de uma arma em sua direção, me dirigi ao meu próprio fim. Com as mãos molhadas, e o cheiro de pólvora em minhas narinas, banhei meu corpo em gasolina, e com uma única fagulha ateei fogo em meu próprio corpo, brilhando num vermelho intenso até que um cidadão qualquer me “salvou”. Certo de que teria feito o bem, na verdade ele só me trazia direto para um poço de desgraça e angustia.
Agora sem