Constru O Do Real Na Literatura
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Construção do real e memória na arte Memória é um conceito que levanta diversas discussões. De certo ponto de vista, significa exatamente o que propõe o verbete no dicionário: capacidade de armazenar experiência anterior. Contudo na literatura memória significa isso e algo mais. Quando se trata do texto literário, ou de qualquer outra manifestação artística, a memória faz parte do plano principal do autor/artista. É a inspiração, o motivo e às vezes a ruína de uma obra. A definição mais próxima do tema do nosso curso é tratá-la como reconstrução simbólica do passado. É nesse passado que o autor se agarra e desenvolve toda a sua obra. De caráter ficcional, a memória se manifesta como mecanismo. Ninguém é capaz de lembrar de todas as coisas fielmente, portanto a imaginação e a livre criação entram em cena. Há a mistura de vários elementos para a criação da memória, como por exemplo as memórias mais antigas da infância: imagens, sons e sensações da época se misturam com experiências posteriores, ou até mesmo com relatos de coisas que você não lembra mas que dizem respeito a você, acabam por definir aquela memória sólida e indiscutível que você carrega como verdade absoluta. É nessa hora, porém, que a memória coletiva ganha espaço. Quando se trata de uma memória ficcional, ou de uma má interpretação dos fatos à época, a memória coletiva entra em ação como corretora: quando mais de uma pessoa lembra de um acontecimento, é mais fácil afirmá-lo, estabelecê-lo. Então, quando a memória ficcional encontra a coletiva, a segunda se afirma por ser mais forte. Exemplo disso é quando há a reunião de ex-colegas de escola e eles começam a recordar de episódios que aconteceram durante as aulas. Um deles se manifesta dizendo que naquele dia o professor o tratou mal. Para ele isso tem sido tratado como fato e foi guardado na memória fortemente, porém outro aluno o corrige e diz que foi um mal entendido. O primeiro ex-aluno entendera errado, o professor não tiha intenção de ser