Consideraçoes sobre organização
Brasil, após o regime militar, o atendimento às crianças pequenas é pensado como uma necessidade para as crianças carentes, numa atitude especialmente compensatória. A partir dessa concepção, ganharam incentivo do governo as entidades filantrópicas que atendiam as crianças em regime basicamente assistencialista. Durante esse período, os movimentos populares ganharam expressão como mecanismos de pressão política. Umas das reivindicações presentes nesses movimentos referiam-se à creche como um direito do trabalhador. Foi nesse cenário que o movimento de lutar por creches ganhou força dentro da Universidade de São Paulo, iniciado por um grupo de mães funcionarias. Em 1982 foi inaugurada uma das quatro creches existentes hoje na universidade. Desde sua criação, a creche teve como pressuposto o trabalho centrado na criança e nas relações família/creche, criança/criança, adulto/criança. A creche da USP foi criada com o objetivo de promover o desenvolvimento afetivo, físico e intelectual das crianças. Foi planejada como espaço de interação e respeito à criança e à família. O espaço físico foi desenvolvido para atender as necessidades das crianças, num ambiente agradável e aconchegante. Outra característica da creche foi sempre a heterogeneidade da população, com vagas destinadas a funcionários, docentes e alunos da universidade. Nos primeiros anos de atuação da creche, notava-se que o trabalho acabava por acontecer de forma que o atendimento às necessidades das crianças, principalmente os cuidados, eram os que orientavam a rotina na creche, sendo que os trabalhos destinados as atividades pedagógicas ocorriam, na maioria das vezes, sem intencionalidade. As formações do grupo de funcionários aconteciam esporadicamente e participavam