Consciência individual e coletiva
“Fato social é toda maneira de fazer, pensar ou sentir, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior: ou então, que é geral no âmbito de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.”
Como se pode notar, a definição de fato social está diretamente relacionada àquilo que ocorre na coletividade, e não com as 'manifestações individuais'. Se você leu atentamente as características dele, certamente observou que, para Durkheim, existem dois tipos distintos de consciência: a individual e a coletiva.
A consciência individual seria aquela própria de cada indivíduo; refere-se ao nosso modo particular de pensar e enxergar o mundo ao redor. Ela está relacionada às nossas características psíquicas e, sendo assim, é posta por Durkheim como objeto de estudo da Psicologia, em nada interessando à Sociologia.
Já a consciência coletiva é aquela que gera o fato social, estando, portanto, diretamente ligada aos interesses sociológicos. Ela não se baseia no que pensa este ou aquele indivíduo, pois não está relacionada às manifestações individuais.
A consciência coletiva está espalhada por toda a sociedade e, desse modo, seria o seu psíquico, determinando sua moral, suas regras, estabelecendo o que é 'certo', 'imoral' ou 'criminoso' e dizendo aos indivíduos como eles devem pensar e agir diante da coletividade.
Durkheim não nega que a sociedade é formada por indivíduos e que cada um possui sua própria consciência, mas postula que a consciência coletiva é capaz de coagir as consciências individuais, levando as pessoas a agirem de acordo com o que quer a sociedade. Ela é externa aos indivíduos e está acima deles.
Alguns dos críticos de Durkheim vão argumentar que há um contrassenso nessa teoria. Pois, se a sociedade é formada por indivíduos, a consciência coletiva nada mais é que o