Consciencia animal
Série Ensaios: Ética Animal
Por Josiane Mann
Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas PUCPR
O vídeo “Macacos-prego da caatinga utilizam varetas como ferramentas” faz parte de um estudo do Departamento de psicologia Experimental do Instituto de Psicologia, no vídeo é relatado que no Parque Nacional da Serra da Capivara, no sul do Piauí, os grupos que estavam sendo observados utilizavam-se de pedras e varetas como ferramentas para conseguir alimento. Esses comportamentos relatados podem reforçar a ideia de que animais possuem consciência.
Desde o Meno de Platão a natureza da consciência foi objeto de intenso interesse filosófico. Entretanto, a especulação sobre as bases da consistência passou a se estabelecer na compreensão científica sobre como o cérebro funciona, somente nos últimos cem anos. Atualmente, existe um consenso de que a consciência é a propriedade de estar consciente de si mesmo e de seu lugar no ambiente (Damásio, 2011; Kandel,2003; Kolb & Whishaw, 2002).
Cientistas concordam que a consciência não é um processo único, mas sim, uma coleção de vários processos, como os envolvidos à visão, à fala, ao pensamento, à emoção, entre outros (Kolb & Whishaw, 2002). Com diferentes aspectos como nível generalizado de alerta, atenção, seleção do objeto da atenção baseada em objetivos, motivação e início da atividade motora e cognitiva, a consciência, está associada à atividade de neurotransmissores específicos produzidos pelos neurônios do tronco encefálico e transportados para o cérebro pelo sistema de ativação reticular. Os neurotransmissores são a serotonina, norepinefrina, acetilcolina, e dopamina (Lundy, 2008; Kolb & Whishaw, 2002). E porque somos conscientes? A resposta mais simples a esta questão é que ter consciência é o mesmo que ter mais vantagens adaptativas, pois ela amplia tanto nossa criação do mundo sensorial quanto nossa seleção do comportamento (Kolb & Whishaw, 2002).