conhecimentos linguisticos
O tradutor, como sabemos, nao lida com material abstrado, com textos hipoteticos, mas com material concreto, palpavel. trata com um corpus delimitado, cujo inicio e fim sao explicitamente marcados. Partindo da realidade linguistica concreta que tem em suas maos, o tradutor aciona os outros mecanismos necessarios para a textualizaçao: ve, por exemplo, quais conhecimentos de mundo lhe sao necessarios para uma melhor compreensao e interpretaçao, elabora inferencias, percebe o grau de informatividade que esta realidade linguistica lhe oferece. Assim, face a um texto, o tradudor começa o seu trabalho pela reconstituiçao, ou melhor, pela reconstruçao do sentido por meio dos instrumentos, isto e, dos elementos linguisticos (lexicos, sintaticos, semanticos) que estao ali a sua disposiçao. Assim o leitor chegara ao significado do texto executado o trabalho complexo de reconstruçao do discurso do outro (com o seu proprio discurso, com suas condiçoes de produçao / reconhecimento / reconstruçao) atraves dos traços formais presentes no texto. Os tres grandes niveis do processo de "mise en discours": seleçao, recorte, ordenaçao e acionamento enunciativo dos elementos estao compactados e manifestados no texto. Sao os tres niveis da tradiçao retorica que, segundo Fuchs, poderiam ser assumidos com proveito pela linguistica: pisteis, lexis e texis. Tais niveis nao podem ser nitidamente separados, antes funcionam em conjuntos, sao interdependentes e solidarios no processo da colocaçao em discurso (Fuchs-1983:21). Na verdade, quando se seleciona ja se efetua o recorte lexico-sintatico ao mesmo tempo que se ordenam os elementos. Nao ha como fazer funcionar os niveis como compartimentos separados e individualizados. Varios destes elementos sao utilizados para assegurar o que muitos teoricos do texto chamam de coesao, que seria a ligaçao entre os texto chamam de coesao, que seria a ligaçao entre os componentes propriamente linguisticos do