CONHECIMENTO É MAIS QUE INFORMAÇÃO
Eugênio Mussak
Revista Vida Simples nº7, 01/07/2003
Um dos livros de maior impacto nas últimas décadas do século passado referia-se ao futuro. “O Choque do Futuro” do jornalista americano Alvin Toffler começa a partir de uma análise interessante da evolução da sociedade humana. Diz ele que se considerarmos um período de evolução de cinquenta mil anos para a espécie humana, e dividirmos esse tempo em gerações de 62 anos cada, teremos um total de oitocentas gerações.
Dessas, 650 foram passadas nas cavernas. A escrita surgiu há 70 gerações, permitindo o início da comunicação efetiva entre as gerações. A grande massa da população só viu alguma pagina impressa há seis gerações. Nas últimas quatro começamos a medir o tempo com precisão e, somente nas duas últimas é que começamos a utilizar o motor elétrico. Diz ele, também, que a imensa maioria dos bens materiais que usamos na nossa vida diária de hoje foram desenvolvidos dentro da atual geração, a 800ª.
Se você está lendo esta revista, nasceu nessa geração, e só tem notícia de que o mundo foi muito diferente, por um período tão absurdamente longo, através da leitura ou das aulas de história. Na verdade, o choque maior que levamos, acontece quando olhamos para o passado e conseguimos perceber a velocidade da aceleração das mudanças na atualidade. Para quem tem menos de trinta anos de idade, as mudanças previstas para o futuro chocam menos que a morosidade das gerações anteriores, principalmente quando encontramos alguns focos de resistência em algum lugar do mundo, em pleno século XXI.
De todas as características dos tempos em que estamos vivendo, as que são mais marcantes são aquelas ligadas com a velocidade. Seja no transporte ou na comunicação, estamos extremamente velozes. Tanto que nosso cérebro, depois de séculos acostumado a um determinado ritmo, encontra dificuldade para acompanhar, ou entender, o que se passa.
Outro autor, o pesquisador britânico Kevin Desmond,