marxismo
Os processos formativos da corporeidade e o marxismo: aproximações pela problemática do trabalho Carlos Herold Junior
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Departamento de Pedagogia.
Introdução
Um dos limites mais apontados por críticos ao materialismo histórico é a pretendida incapacidade desse referencial em lidar com questões ligadas aos estudos sobre o corpo. Por sua vez, também é comum o fato de analistas marxistas imputarem a essa temática um caráter de “modismo”, um desvio das questões que, efetivamente, seriam mais importantes ou “estruturais”.
Este estudo objetiva problematizar essas duas assunções. Pretendemos evidenciar que os estudos sobre a corporeidade e sua formação, apesar de terem seu surgimento e fortalecimento no seio do paradigma pós-moderno, podem ter seus questionamentos aprofundados se tiverem por base diretrizes metodológicas que se sustentam no materialismo histórico.
Além disso, queremos mostrar que os estudos da corporeidade podem constituir-se em esforços valiosos para o aprofundamento das críticas encetadas a partir do materialismo histórico, configurando-se, para ele, em um desdobramento necessário a ser empreendido para o enriquecimento de suas análises.
O ponto sobre o qual se apóia tanto a distância quanto a almejada aproximação entre os estudos do
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corpo e as análises de Marx é o conjunto de limites e o papel que atribuem ao trabalho, respectivamente. O estudo da relação entre corpo e trabalho e a amplificação de seus resultados surgem como possibilidades de considerarmos a formação da corporeidade humana pelo prisma do materialismo histórico. Sendo fácil encontrar pesquisadores, professores e interessados em geral em discutir a corporeidade, de um lado, e em discutir o mundo do trabalho, de outro, é extremamente difícil encontrar estudos que versem sobre a corporeidade e suas relações com esse mundo.
Mcnally (2001) nota que um dos pontos mais