Conhecimento e Pensamento
Arendt : uma possível relação com a questão do mal banal1
Lauina Tatiane Fernandes Silva2
O que Hannah Arendt chama de pensamento é algo que não pode se confundir com nossa habilidade de conhecer. Pensar e conhecer não são análogos. O conhecimento, portanto o nosso ato de conhecer, segundo H. Arendt está diretamente relacionado com a verdade. O produto de nosso conhecimento tem um compromisso com a verdade. Uma verdade que não pode ser considera absoluta, irrevogável, posto que seja histórica sujeita ao dinamismo da história humana. A verdade a que se refere
H. Arendt é aquela que em determinado momento satisfaz nosso aparato cognitivo e nossa sede de conhecimento. Isso vale para nosso conhecimento científico, moral, tecnológico, do senso comum e, quem sabe, nos permitindo a ousadia de quem reconhece que o erro faz parte da vida, o conhecimento metafísico.
Sabemos que conhecer é uma necessidade humana, dado sua realidade antropológica. Ou seja, o homem é um ser aberto que vive num mundo aberto. O homem não é determinado pelos seus instintos. Cabe ao homem construir o seu mundo e sua maneira de agir e viver nesse mundo. Ele é radicalmente aberto. Diferente dos animais que tem todos os instintos para sobreviver no seu mundo, o homem tem que se construir. O conhecimento é fundamental nesse processo de construção. Ao se relacionar com a realidade o homem conhece essa, inicialmente de forma prática e depois de forma sistemática.
Um fenômeno nos chama a atenção hoje. O fenômeno do conhecimento especializado. É escusado dizer que hoje existe especialista para toda área do conhecimento. Até mesmo em filosofia, saber universal por excelência, não passamos por uma só faculdade de filosofia sem nos deparar com seus especialistas. Alguns por infelicidade do desenrolar da história da filosofia e, principalmente da filosofia mesma,
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Esse artigo foi escrito a partir da proposta do Café