Conhecimento 1
COORDENADORIA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Geografia dos Continentes
Prof. Edivaldo Oliveira. A GLOBALIZAÇÃO COMO IDEOLOGIA.
Paralelamente ao seu desenvolvimento como processo histórico, que nos parece indiscutível, dissemina-se uma ideologia, um discurso da globalização. Utilizamos ideologia aqui como o sentimento de falsa consciência, de mascaramento da realidade, como afirma Touriane (1996). A ideologia da globalização é produzida nos Estados dos países desenvolvidos, particularmente dentro de órgãos ligados ao governo dos Estados Unidos; nos organismos multilaterais tais como o Banco Mundial, FMI, e a OCDE, que são fortemente influenciados, se não controlados, por aquela potencia, e acabam na prática, sendo os veículos de difusão da agenda norte-americana, conforme afirma Sassen (1996, p. 19). Finalmente, essa ideologia é também veiculada pela grande mídia internacional que espelha os interesses daqueles países. Tal ideologia está claramente atrelada ao renascimento do discurso liberal nos anos 80, após a crise do regime de acumulação fordista – Keneysiano, inicialmente no Reino Unido e nos Estados Unidos, durante os governos de Thatcher e Reagan. Depois se espraia para vários países, inclusive nos subdesenvolvidos. Trata-se de um questionamento do paradigma fordista – Keneysiano, que pressupunha uma forte intervenção do Estado na economia e a existência de uma densa rede de proteção social aos trabalhadores, inerente ao “Welfare State”. Volta-se também contra o nacional – desenvolvimentismo vigente principalmente na América Latina. Está baseado num modelo de industrialização substitutivo de importações que exigia economias relativamente fechadas. Assim, inicia-se a disseminação do imperativo da competitividade. A prescrição: para ser competitivo um país precisa baixar custos e reduzir as barreiras para a circulação dos capitais e das mercadorias, o que implica em redução dos direitos sociais, das