Conflitos na África
Se voltarmos nossos olhos para o passado do continente africano, veremos que a constância de conflitos armados no território impressiona. Para se ter uma ideia, em menos de 30 anos (1970-2008) mais de trinta guerras aconteceram. Apenas em 1996, quatorze dos cinquenta e sete países africanos sofreram conflitos armados, o que provocou mais de oito milhões de refugiados. E o pior, muitos destes conflitos estão longe de um processo de pacificação.
Esta série de disputas é consequência, entre outros fatores, da intervenção colonialista sofrida pelo continente, principalmente no fim do século XIX e início do século XX. O processo de intervenção interferiu diretamente nas condições políticas, econômicas e sociais da população africana.
Quando colonizadores europeus chegaram à África, dividiram a região pensando apenas nos seus interesses, desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades que viviam em conflito foram colocadas em um mesmo território, enquanto grupos de uma mesma etnia foram separados. Após a Segunda Guerra Mundial, com a independência das nações africanas, novos países foram formados sobre a mesma base territorial construída pelos colonizadores europeus, o que acarretou em inúmeros conflitos étnicos pela disputa de poder.
A instalação de governos ditatoriais, em conjunto com o baixo nível socioeconômico de muitos países, também contribui para o surgimento dos conflitos. Durantes períodos da nossa história, como na Guerra Fria, por exemplo, países desenvolvidos forneceram armamentos e aparato financeiro para os distintos grupos de guerrilheiros na África.
Vários países do continente sofreram ou ainda sofrem com conflitos em seus territórios. Alguns foram motivados por diferenças étnicas, Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália; disputas territoriais, Serra Leoa, Somália e Etiópia; e questões religiosas, Argélia e Sudão.
Apartheid na África do