Africa e Seus conflitos
A principal conseqüência do neocolonialismo foi a Partilha da África, a divisão dos territórios africanos entre as principais potências européias durante a Conferência de Berlim.
Nessa época, a África era composta por diversas etnias diferentes na língua, na religião e nos costumes. A confecção artificial de 53 países juntou diversos grupos etnoculturais, muitos deles rivais, que foram forçados a coexistir sobre a mesma fronteira. Tal fato acentuou os conflitos tribais no continente, situação que se perpetua até hoje.
A descolonização africana, iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial, acendeu a esperança pelo fim dos conflitos étnicos na região. Porém, com a Guerra Fria, emergiram nas políticas nacionais ditadores, patrocinados ou pelos EUA ou pela URSS, que pouco contribuíram para apaziguar as tensões na região. Ao invés disso, decidiram adotar o princípio da intangibilidade das fronteiras, isto é, manter as fronteiras herdadas do período colonial. Tal iniciativa contribuiu sobremaneira para a eclosão de novos conflitos, guerras civis e movimentos separatistas que mataram milhões de pessoas, feriram outras tantas e causaram um gigantesco número de refugiados.
Ainda hoje, 15 países africanos estão mergulhados em guerras civis. Angola, por exemplo, banhada de petróleo e diamantes, acaba de finalizar uma guerra que durou 30 anos. O saldo foi de 1 milhão e meio de mortos, centenas de milhares de refugiados e uma terra regada com 14 milhões de minas terrestres, mais artefatos enterrados do que habitantes. Ao final da guerra, cerca de 3 milhões de pessoas correm o risco de