Conflitos da transexualidade relacionada ao corpo na psicanálise
Conflitos da transexualidade relacionada ao corpo na psicanálise
Universidade Nove de Julho
2013
Introdução
O objetivo desse trabalho é discutir o assunto transtorno de identidade de gênero
(transexualismo). A perspectiva desse texto tem como viés à psicanálise, que tem como objetivo contribuir com o conhecimento da sexualidade, adoção de procedimentos na área da saúde publica e o sintoma que é marcada pela reação de repulsa ao corpo aliado à certeza de ser de outro sexo.
A justificativa desse trabalho é contribuir com o conhecimento desse fenômeno e o desenvolvimento na saúde publica no que se refere à regulamentação do procedimentos das cirurgias de mudança de sexo.
O transexualismo não é um fenômeno novo, o mal-estar relativo à sexualidade sempre existiu como marca estrutural do ser falante. De exemplos mitológicos de androgenia a história de hermafroditismo, travestismo e emasculação, o desejo de mudar de sexo também esteve presente em diferentes épocas e culturas. A contribuição da psicanálise – na direção de Freud e Lacan – partem dessas balizas, procurando situar o transexualismo em relação às estruturas clinicas, diferenciando o homossexualismo e o transexualismo.
Segundo o Rinald (2011), ter um corpo significa poder fazer alguma coisa com ele. O corpo serve de apoio para o gozo. É isso que coloca como impasse para o transexual, pois ele não sabe o que fazer com o corpo.
A insatisfação pelo seu órgão genital faz com que ele queira de qualquer forma remover aquele “pedaço de carne”, mas não é pelo prazer sexual e sim pela eliminação da marca do sexo, desse modo, a cirurgia de ablação do pênis, ao contrário de inscrever no real corpo a castração, visa fazer existir uma mulher. A cirurgia surge como possibilidade de reintegra-lo ao “verdadeiro ser” do sujeito, ser este definido a partir da certeza de permanecer ao outro sexo.
Não se trata de fazer crer na aparência de mulher, como é para o neurótico, ou
de