lasd
TRANSEXUALIDADE:
CORPO, SUBJETIVIDADE E SAÚDE COLETIVA
Márcia Arán
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Sérgio Zaidhaft
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Rio de Janeiro, Brasil
Daniela Murta
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
RESUMO: O artigo discute o atendimento a pacientes transexuais na rede pública de saúde, a partir de uma pesquisa exploratória realizada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(HUCFF/UFRJ), com transexuais que procuraram atendimento com o objetivo de realização de cirurgia de transgenitalização. Observa-se que a transexualidade se caracteriza por uma condição de intenso sofrimento. Esta experiência se dá não apenas por uma percepção de não pertencimento ao sexo dito biológico, mas, sobretudo, pela precariedade social proveniente da não aceitação desta condição por parte da normatividade cultural vigente. Para além das questões subjetivas mais singulares, esta problemática revela fundamentalmente a insuficiência da nossa categorização sexual, e demonstra como os sistemas classificatórios de sexo e gênero utilizados pelos especialistas se constituem através de uma operação de exclusão. Sendo assim, considera-se que mesmo que, conjunturalmente, o diagnóstico de transtorno de identidade de gênero possibilite o acesso ao tratamento público, não se pode deixar de questionar os efeitos desta normalização.
PALAVRAS-CHAVE: Transexualidade; transexualismo; sexualidade; gênero; medicina; subjetividade.
TRANSEXUALITY: BODY, SUBJECTIVITY AND COLLECTIVE HEALTH
ABSTRACT: The article discusses health assistance given to transexual patients at public hospitals, based on in-house research carried out at the Hospital Universitário Clementino Fraga Filho of the Universidade Federal do Rio de
Janeiro (HUCFF/UFRJ), where these