Conflito Separatista Sudao
Para entender as causa do conflito no Sudão é necessário se fazer entender uma série de aspectos geradores de conflitos. Para que haja um conflito é uma premissa que haja incompatibilidade de interesses aliada ao uso da força. Esta disputa pode ser dividida como internacional (preocupações como a "guerra ao terror" ou com a balança de poder) ou interno (guerras civis, Estados falidos, separatismos, entre outros). O caso do Sudão será considerado neste trabalho como um conflito interno separatista baseado em disputas étnicas e materiais, seja por recursos ou por discrepâncias econômicas entre regiões internas (SOSA, 2004).
Logo após a independência do Sudão em 1955 com fronteiras artificiais baseadas no projeto europeu de colonização, as diferenças entre a população do norte (árabe-muçulmanos) e do sul (cristãos ou de religiões tribais) se tornaram mais discrepantes. Essas diferenças internas são um reflexo do processo de administração colonial, que foi realizado de forma diferente nas duas regiões. O processo de descolonização ao norte buscou substituir governos militares por civis britânicos de forma gradativa, enquanto no sul a política foi instaurar uma administração nativa central com capacidade de dividir as diferentes etnias para evitar conflitos. Posteriormente, na década de 1930, a política do sul foi se tornando voltada para uma formação de um pensamento social mais identificado com a identidade africana do que com a árabe (vigente no norte), gerando uma percepção mais autônoma acerca do funcionamento das instituições sociais (NASCIMENTO, 2012).
A formação de um sistema político pós independência resultou em uma configuração onde o poder político estava no norte. Isso foi de encontro à autonomia das instituições do sul e acabou gerando uma série de reivindicações separatistas, todas negadas pelo governo central . A atitude ríspida de Cartum (capital do Sudão) negar quaisquer abordagens de equalização fez com que a oposição