Conflito Famliar
(Fincham, 1994, 2003).
Determinados padrões de interação conjugal, principalmente aqueles associados com maior adversidade e violência, foram relacionados a distúrbios no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e até a alterações psicofisiológicas na criança (El-Sheikh & Harger,
2001).
Apesar dos estudos sobre o tema situarem-se no período das duas últimas décadas, a contribuição dos achados dos principais trabalhos de pesquisa já se constitui num expressivo corpo teórico sobre as relações familiares e as conseqüências do conflito parental no desenvolvimento infantil. Atualmente, a dimensão conflito conjugal é considerada como um processo familiar importante para ocorrência de distúrbios afetivos e manifestações clínicas no desenvolvimento infantil (Wamboldt & Wamboldt, 2000;
Zeanah & Scheeringa, 1997) e com posteriores dificuldades na adolescência, como agressividade, conduta anti-soPsicologia:
Reflexão e Crítica, 19 (2), 261-268.
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cial, abuso de substância e envolvimento com a lei
(Fergusson & Horwood, 1998).
Esses trabalhos tinham como foco de investigação o nível de satisfação/insatisfação do casal no relacionamento conjugal e sua relação com o comportamento infantil, sendo a insatisfação conjugal apontada como relacionada à qualidade do desenvolvimento infantil.
Situações de discórdia entre o casal, manifestadas na forma de conflito conjugal, podem caracterizar-se por diferentes níveis de intensidade, freqüência, conteúdo e resolução, além de serem expressas no