conclusao Kaspar

301 palavras 2 páginas
Kaspar Hauser, foi mantido da infancia até a adolescencia em um calabouço e isolado de contato social, apesar de mentalmente sadio não possuía autoconsciência e nem memória linguística do que lhe acontecera, não aprendeu a falar tampouco a andar, além de ignorar a realidade das coisas ao seu redor. No isolamento do cativeiro, onde tão somente associava imagens sem a capacidade de vincular causa e efeito, Kaspar Hauser vivia sob condição animal, como bicho cativo, privado de liberdade e daquilo que se denomina racionalidade. Sem os estereótipos culturais que moldam percepção e conhecimento, sobretudo a linguagem articulada, a significação dos objetos assume, para ele, um conceito bem diverso do previamente definido pela práxis social.
Ao ser inserido na sociedade, Kaspar Hauser - até então desprovido desses estereótipos - passa a interpretar a realidade de forma inversa ao que se esperava dele, o que lhe fez tornar-se um ser discriminado. Em sua passagem do estado de natureza para o estado de cultura, em meio a um conturbado processo de socialização, Kaspar Hauser aprende a expressar a sua dor pelos signos linguisticos que lhe impuseram;
Apesar de Kaspar Hauser assimilar os hábitos e os costumes sociais de seu tempo, ele nunca foi aceito pela comunidade como pessoa normal, carregando em si o estigma da rejeição;Embora se afirme que o homem nasce aético, é possível vislumbrar - pelo exemplo real de Kaspar Hauser indícios significativos da existência de uma bondade original humana, virtude essa que antecede à língua e à cultura. Considerada isoladamente, a racionalidade não é a característica mais importante do ser humano, pois na base das boas ações há o componente da emoção e da sensibilidade. Daí porque a situação de vulnerabilidade de Kaspar Hauser, representada pela estética da dominação que caracteriza a verticalidade do poder, guarda similitude à condição dos animais subjugados.

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