Concepção Marxiana do Trabalho
A concepção marxiana de trabalho e os desafios da atualidade.
A ontogênese do trabalho
De acordo com Lukács, o cosmos é constituído de três esferas ontológicas distintas: a inorgânica, a biológica e o ser social. Sem a esfera inorgânica, seria impossível o desenvolvimento da biologia enquanto sem essa última, o ser social sequer existiria.
O que diferencia o trabalho do homem da atividade dos outros animais é que o homem projeta uma finalidade para o seu trabalho, objetivando na transformação da natureza um meio facilitador de suprir suas necessidades.
A causalidade espontânea diz respeito à própria natureza, ou às formas objetivas como a natureza se apresenta seus processos físicos, químicos e biológicos; a causalidade posta representa tudo aquilo que foi produzido pelo homem e que não existia de forma espontânea na natureza. No processo de trabalho, o homem transforma as condições objetivas do meio, causalidade espontânea, em causalidade posta.
A teleologia aparece como categoria objetiva, que pode transformar uma realidade material, uma vez que, segundo Marx, “a consciência como ato de pôr dá início a um processo real”.
A objetivação, como momento do trabalho pelo qual a teleologia se consubstancia em causalidade posta, exige da consciência no seu ato de pôr fins um máximo de apreensão real, uma íntima relação entre posição dos fins e a busca dos meios, na qual os fins orientarão a busca e a seleção dos meios.
O trabalho como fundamento da sociabilidade humana
É na produção material da sua vida que o homem interage com a natureza e com outros homens, criando um conjunto de relações que correspondem ao grau de desenvolvimento das forças produtivas, numa determinada época histórica.
O primeiro ato histórico do homem é a produção dos meios de vida, pois, para pensar, ter ideias, ele precisa, antes de tudo, estar vivo. O homem vive e produz em comunhão com outros homens, dependendo da vida social, sem a qual não