Concentração fundiaria
No Caribe e no Brasil, o modelo adotado para explorar as colônias foi o plantation: grandes propriedades monocultoras, voltadas para a produção de gêneros tropicais destinados ao mercado externo e com a utilização da escravidão negra.
Essas particularidades do processo colonial latino-americano determinaram os traços principais dos problemas fundiários desta parte do continente: a formação de grandes latifúndios ao lado de grande contingente de trabalhadores rurais que não tem acesso à terra.
O Brasil rural convive com extremos de pobreza e de riqueza. As técnicas de cultivo e de criação também variam do rudimentar ao agronegócio moderno.
Nas últimas décadas a modernização do setor agrícola contribuiu para agravar a concentração de terras. Deslocou a população do campo para as cidades, em busca de emprego, ou para outras regiões do país, em busca de terras, para recomeçar uma nova vida. Tanto uma opção como outra contribuíram para agravar os problemas sociais que persistem no Brasil atual.
O Brasil convive com milhões de trabalhadores sem terra numa situação em que cerca de 40% da área das grandes propriedades agropecuárias não são aproveitadas para o cultivo, para a criação de animais ou qualquer outra atividade econômica.
Ao longo da sua história, as terras brasileiras foram controladas por uma elite e hoje, também, por grandes empresas. A concentração de terras, que condena à tragédia milhões de pessoas, teve início com a ocupação colonial e se arrastou até os dias atuais. Sua característica principal é a monocultura de exportação que deu origem e reforçou a propriedade