Concentração fundiária no brasil.
A formação do meio rural brasileiro tem início juntamente com o processo de colonização portuguesa na América. Visando intensificar e organizar a exploração econômica das terras brasileiras, foi criada, em 1543, a divisão do território em capitanias hereditárias. O sistema permitia a concessão de sesmarias, que acabaram se tornando grande propriedades agrícolas utilizadoras de mão-de-obra escrava e produtoras de mercadorias tropicais para exportação.
Com a implantação das sesmarias, temos a organização produtiva completamente voltada para o mercado externo, caracterizada pelas grandes propriedades, o surgimento dos latifúndios. Esse sistema gerou problemas no abastecimento interno de alimentos, o que levou à ocupação de pequenas propriedades no entorno dos latifúndios pela agricultura de subsistência, numa tentativa de solucionar o problema. Essas áreas produtivas não eram reconhecidas oficialmente pela Coroa portuguesa, porém possuíam o consentimento dos grandes proprietários de terra, cujas terras eram abastecidas pelos produtos explorados por essas propriedades menores.
A falta de reconhecimento oficial da posse da terra pelos agricultores de subsistência levou a criação de uma estrutura fundiária que favorecia fortemente a concentração fundiária. Os pequenos agricultores, denominados posseiros, distribuíram-se pelo território brasileiro, contribuindo ativamente para o processo de expansão das fronteiras agrícolas. No sul do país ocorre um processo distinto, baseado nas pequenas propriedades produtoras e no trabalho familiar, atraindo imigrantes como italianos, alemães, poloneses e ucranianos.
Com o fim do regime de sesmarias em 1822, temos uma lacuna na legislação, o que possibilitou uma intensificação do processo de ocupação do território por unidades de produção de subsistência através do apossamento, o que poderia ter significado a mudança do modelo