a origem da concentração fundiária do brasil
A estrutura fundiária de um país envolve a forma como os estabelecimentos rurais estão organizados em relação ao número e ao tamanho das propriedades e quanto à sua distribuição. A distribuição de terras é extremamente desigual em nosso país:
- poucos proprietários tem grandes parcelas de terra
- muitos proprietários possuem pequenas áreas de cultivo.
Esse tipo de distribuição da terra caracteriza uma elevada concentração fundiária: predominam grandes propriedades que pertencem a uma pequena parcela da população.
As origens dessa distribuição desigual de terras no país estão em seu passado colonial.
AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS: foram os primeiros latifúndios brasileiros, a colônia foi dividida em 15 lotes de terras entre 12 donatários. As imensas porções de terras eram cedidas às pessoas da nobreza portuguesa e pessoas de confiança do rei, que, em troca de um sexto de toda produção e da vigilância constante dessas áreas, tinham o direito de produzir, explorar a mão de obra local e desfrutar dos benefícios da terra. Outra característica desse período, além do latifúndio, era o fato de que as terras eram consideradas um produto descartável, já que sempre eram substituídas por outras quando esgotadas. Em 1822, com a independência do Brasil, ocorre o contrário do que se esperava no sistema de distribuição de terras, pois, a partir daí, sem nenhuma lei específica que regulamentasse a distribuição fundiária, a organização de terras se dava pela "lei do mais forte". A briga ocorria entre os antigos proprietários, grandes fazendeiros e novos grileiros apoiados por bandos armados. A única delimitação pública que existia nesse sentido de distribuição de terras era a da proibição da ocupação de terras públicas, a não ser que fossem compradas por dinheiro do império; isso favoreceu ainda mais os grandes latifundiários, únicos que tinham condições financeiras para adquirir terras públicas, expandindo ainda mais