CONCEITOS SOBRE A ARQUITETURA PRIMITIVA
Bruno Massara Rocha Neste artigo poderão ser encontradas algumas definições e conceitos acerca da "arquitetura" sob ótica da produção do espaço imediato ao corpo, da construção física da habitação e paralelamente a execução de um "microclima" (que explicaremos adiante mais profundamente), tendo em vista a relação entre as técnicas construtivas disponíveis em um determinado período histórico com os ofícios e práticas de construção existentes, visando finalmente a produção do "abrigo". Estarão presentes definições como: a abordagem Vitruviana, uma análise etimológica do termo arquitetura, a abordagem tectônica, um olhar sobre "tecnologia" e a idéia de "casa como uma extensão do corpo". São recuperados aqui os trabalhos de Benjamim de Carvalho, cujas importantes publicações encontram-se algumas fora de catálogo, do crítico inglês Kenneth Frampton, e do historiados mexicano Alberto Pérez-Goméz. As relações conceituais estabelecidas entre autores citados buscam oferecer um panorama inicial acerca dos princípios fundamentais da arquitetura e da produção do espaço por comunidades primitivas.
A arquitetura primitiva pode ser compreendida primariamente, segundo Benjamim de Carvalho, como uma imposição da necessidade de conservação da vida humana que se sujeita aos efeitos do clima, da nocividade do tempo meteorológico, visando elaborar um abrigo para o corpo inserindo-o em um "microambiente alterado". Instintivamente, o homem primitivo orienta-se a um recinto fechado, onde ele acostuma-se a retornar frequentemente não apenas para repousar, mas também para escapar às intempéries. Esse local, que pode se configurado por um acidente geográfico, um espaço natural, sob o qual exerce-se uma intervenção humana tem todas as qualidades básicas para ser definido como uma "habitação primitiva". As ambiências internas de uma habitação primitiva qualquer é, sem dúvida, segundo o autor, um "microclima", especialmente preparado pelo