Conceito de justiça no livro "Alice no Pais das maravilhas"
Uma das ideias que este conto pretende transmitir é a ideia de justiça. O conceito de justiça pode considerar-se muito relativo pelo facto de uma situação poder ser considerada justa para uns e injusta para outros. Ora é isso mesmo que acontece neste conto.
No capítulo III o Rato conta uma história a Alice pretendendo demonstrar-lhe a razão pela qual não gostava de cães. Nesta história o Rato relata que um dia, quando Fúria (uma cadela) o encontrou no quintal, acusou-o de injúria e por isso deveria ser julgado no Tribunal. Entretanto, o Rato repara que não havia juiz, nem jurado para resolver este caso. Fúria não tardou a apresentar-se como juiz e jurada, o que no País das Maravilhas foi aceite e considerado justo. Num caso normal isto nunca aconteceria.
Outra situação onde se pode verificar a diferença entre a justiça no real e no País das Maravilhas é no capítulo XI, onde o Valete é acusado pela Rainha de roubar as suas tartes injustamente, pois na verdade, ele não tinha cometido tal acção. O Valete foi a Tribunal apesar de não existirem quaisquer provas ou testemunhas. Sempre que alguém contrariava a Rainha, era imediatamente mandado decapitar.
No País das Maravilhas não há qualquer sentido de justiça, pois a justiça deve respeitar certas leis às quais estão estipuladas numa Constituição, o que não acontece neste país.Este conto pode ser entendido como a transição de criança para adulta, daí a instabilidade emocional de Alice e a sua crise de identidade.
No capitulo XII, quando Alice está no tribunal e, segundo a rainha, cresceu quase 2 km, na minha opinião, isto é uma metáfora, pois nesse momento o que aconteceu à Alice foi a sua transição de adolescente para adulta, o que lhe trousse uma nova visão sobre a vida e uma nova maneira de pensar e de agir.
Esta não é só uma história para crianças, antes pelo contrário. É uma questão sobre o que é a realidade, onde Alice deixa o seu confortável mundo