Conceito de fantasia para melanie klein e para freud
O conceito de fantasia em Freud e Klein opõem-se no momento em que Freud considera que apenas existe uma realidade psiquica aliada à desejos instintivos cotidianos outrora frustrados, que por sua vez, atuam como devaneios que habitam o consciente e o pré-consciente, e que depois são reprimidos. Assim, a fantasia surge como uma satisfação parcial desse desejo bloqueado. Neste contexto, o inconsciente aparece como personagem secundário, atuando como uma realidade psiquica no que diz respeito às fantasias originárias, que estão diretamente relacionadas com o mito da castração e da sedução. Freud via a criação das fantasias e dos sonhos ocorrendo paralelamente aos desejos inconscientes e deu, em toda a sua obra, importância visivelmente maior à interpretação dos sonhos. Assim, ao meu ver, a importância maior deste tópico, para ele, está exatamente em investigar os desejos inconscientes, e não em conceituar fantasia, tanto que considerou que as fantasias davam-se como respostas imaginárias à devaneios reprimidos e poderiam se expressar em sonhos, não tendo publicado nenhuma obra significativa e esclarecedora do assunto Já para Klein, que optou por um estudo baseado praticamente em suas análises feitas em crianças, o conceito de fantasia está diretamente relacionado ao inconsciente dos seres humanos, agindo como um aspecto imaginário que origina-se desde o nascimento e sofre mutações conforme se estabelece o desenvolvimento mental do ser humano. Desta forma, considera os elementos internos essenciais para a criação da fantasia, de forma que trata-se de um mundo imaginário dotado de realismo psiquico que afeta comportamentos e chega a parecer real em alguns níveis. A fantasia então aparece para Klein como representante psíquica interna e subjetiva, embora esteja ligada à realidade objetiva. Ela se transforma de acordo com o