Melaine Klein uma mulher psicanalista
DE LIVROS an o VII, n. 3, set/2004
Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., VII, 3, 171-175
O gênio feminino: a vida, a loucura, as palavras
Tomo II – Melanie Klein
Júlia Kristeva
Rio de Janeiro: Rocco, 2002
Melanie Klein
Uma mulher mulher,, uma psicanalista
Débora Siqueira Bueno
Um pouco tantã, mas muito encantadora. Assim Alix Strachey, sofisticada londrina do grupo Bloomsbury, descreveu sua colega de análise com Karl Abraham na Berlim do início do século XX, antes da convulsão trazida pela Segunda Guerra Mundial – quando a psicanálise florescia e constituía um ambiente favorável para a revelação de talentos e receptivo à mulher como poucos à época. Mas, que mulher é essa?
Essa mulher – que não era médica nem possuía outra graduação universitária, esposa infeliz e depois divorciada, mãe deprimida, a vida pontilhada de lutos e perdas, analisada por Ferenczi e por Abraham – tornou-se psicanalista aos quarenta anos de idade. Iniciou o estudo da psicanálise de crianças baseando-se na análise de seus próprios filhos.
Deixou sua terra e sua língua materna em busca de um espaço para si.
De presença marcante, defendeu de forma aguerrida suas idéias, o que a fez colher experiências duras e dolorosas. Essa mulher, essa psicanalista
– Melanie Klein – fundou a psicanálise de crianças e ampliou a psicanálise de adultos em muitas direções, sobretudo na da análise das psicoses.
Faleceu em 1960, aos 78 anos, quando ainda trabalhava com pacientes em análise didática, com supervisões e concluía a revisão de sua Narrativa da análise de uma criança. Tornou-se uma referência incontornável para todos que se interessam pela vida psíquica e pelo sofrimento humano.
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O gênio feminino: a vida, a loucura, as palavras – Melanie Klein é o segundo volume de uma trilogia – ao lado dos livros dedicados a