comércio internacional e estrutura produtiva brasileira nos anos 2000
1.1 Referencial teórico
Entende-se que, em geral, há duas formas opostas de relacionar crescimento econômico e especialização produtiva comercial. De um lado, está a tradição liberal explicando que o livre-comércio induz a especialização de países de acordo com perfis de eficiência produtiva desiguais e complementares, levando-os a maximizar a riqueza dados os recursos e capacitações existentes. De outro lado, tradições antiliberais, dentre elas a estruturalista, alegam que a existência de especializações produtivas tende a provocar interações comerciais assimétricas, com efeito desigual sobre a capacidade de geração de riqueza e acumulação de capacitações produtivas entre os países (MOREIRA, 2012).
As versões liberais e da nova teoria do comércio internacional afirmam que as diferenças internacionais não implicariam em assimetrias, mas complementaridades mutuamente vantajosas de ganhos de comércio resultantes que seriam distribuídos em um jogo de soma positiva, de forma que os ganhos de uns não seriam feitos (na ausência de externalidades) às custas das perdas de outros.
Para os clássicos quantos mais desenvolvida fosse a especialização e mais abertos os mercados nacionais, mais ricas seriam as nações integradas pelo comércio. Assim, um país deveria se esforçar em produzir o que obtivesse vantagem natural ou adquirida e exportá-los, e importar os outros produtos que não o fossem vantajosos.
Essas especializações poderiam ser determinadas por vantagens de custos de produção, complementariedade e harmonia na distribuição dos ganhos do comércio, e livre concorrência alocando da melhor forma dos recursos. A ideia de um país se especializar na produção do bem que ele tem maior dotação faz com que países ricos em terras se especializem em recursos naturais e produtos primários e países ricos em trabalho se especializem na produção de artigos industrializados e