Comércio internacional Paul Singer Economia Internacional
COMÉRCIO INTERNACIONAL
As primeiras teorias explicativas das relações comerciais entre as nações surgiram como reação às doutrinas mercantilistas, que prevaleceram na Europa a partir do século XVI. Tais doutrinas prescreviam a cada nação exportar o máximo e importar o mínimo, de modo a obter um saldo positivo na balança comercial, que viria acrescer o seu tesouro de metal precioso. Visto que acumular ouro ou prata era considerada a única forma de aumentar a riqueza nacional, o comércio internacional passava a ser encarado como uma disputa por uma quantidade (necessariamente limitada) de metal precioso, na qual cada país só poderia obter vantagens às custas dos demais.
Adam Smith, em seu famoso livro A Riqueza das Nações (publicado em 1776) defendia um ponto de vista radicalmente diferente: as trocas comerciais beneficiavam todas as nações que delas participavam. A sua teoria, conhecida como das "Vantagens Comparativas", partia do pressuposto de que cada país tinha vantagens maiores ou menores na produção de cada mercadoria. Quanto maior a vantagem, tanto menor o custo da mercadoria e, portanto, seu valor, medido em tempo de trabalho. Estas vantagens tanto podiam ser naturais como adquiridas. Um exemplo de vantagem natural seria o fato de que vinho de boa qualidade podia ser produzido a um custo muito menor em países de clima mediterrâneo, como a França ou Portugal, do que em países de clima nórdico, como a Inglaterra ou a Suécia. Já as vantagens adquiridas provinham da especialização em determinadas linhas de produção, a qual permitia à mão-de-obra de determinados países adquirir destreza e dominar a técnica de produção, obtendo em função disso, custos mais baixos que os que prevaleceriam em países cuja mão-de-obra não tivessem adquirido experiências análogas. É isso que explicaria as vantagens relativas da Inglaterra na produção de tecidos ou da