o capitalismo
É uma obra que reflete a preocupação do autor em tornar a ciência um instrumento de compreensão da realidade, permitindo ao homem comum "driblar" o economês e entender o que quis dizer Marx, Keynes ou os neoclássicos sem necessariamente recorrer a teoremas e hipóteses originais, mas usando palavras comuns do entendimento de todos.
Refutando as definições, por exigirem prévio conhecimento do leitor, Singer apresenta o Capitalismo a partir de sua tendência de transformar tudo que é desejável em objeto do comércio, destacando sua evolução histórica em paralelo ao nascimento das teorias que tentam explicar o funcionamento do sistema econômico. Mostra, por exemplo, que o Capitalismo, não obstante suas graves deficiências do ponto de vista da produção e distribuição, trouxe avanços consideráveis para a humanidade, contabilizando ganhos científicos e evoluções sociais que beneficiaram também as camadas mais baixas das pirâmides econômicas (os trabalhadores). Esses ganhos, entretanto, têm sido historicamente muito maiores para as classes dominantes que para os trabalhadores, residindo aí, na opinião do autor, uma das falhas que leva o capitalismo a ser tão criticado.
Muito interessante é a demonstração da lógica do capitalismo a partir da produção simples de mercadorias e do conflito de classes, desembarcando na ocorrência das crises de realização e dos ciclos econômicos. Neste ponto, são inevitáveis as referências à grande crise dos anos 1930, com o autor destacando o nascimento, do ponto de vista teórico, da nova ortodoxia econômica fundamentada em Myrdal, Kalecki e Keynes.
Outra parte importante do livro é a que especula sobre o fim do Capitalismo, onde