comunicação
________________________________________________________________________________________________
“… good communication is important not only because it relates to specific outcomes of care, but because it is the core of what makes medicine a human endeavour.”
Stein, Frankel & Krupat, p. 11, 2005
A primeira referência conhecida às qualidades terapêuticas da relação médicopaciente é atribuída a Hipócrates, médico grego, que em 400 a. C. escreveu:
“Alguns pacientes, embora conscientes de que o seu estado de saúde é precário, recuperam devido simplesmente ao seu contentamento para com a humanidade do médico.” (DiMatteo & DiNicola, 1982). Em 1955, Baling reafirmou a importância desta relação defendendo que a droga mais eficaz na prática médica era o próprio médico (Baling, 1955). Este autor abriu caminho para o reconhecimento de que a qualidade da comunicação profissional de saúde-paciente influencia a qualidade dos cuidados de saúde em geral.
Contudo, durante muito tempo, o efeito terapêutico da relação médico-doente foi apenas baseado na literatura de cariz mais filosófico, sendo descrita como a arte da medicina, claramente distinta da ciência médica baseada em resultados de investigação científica (Bensing & Verhaak, 2004). Só a partir dos anos 90, através de um vasto leque de investigações, conduzidas por profissionais das mais diversas áreas da saúde, foi possível demonstrar que a arte da medicina pode ser transformada em ciência (Bensing & Verhaak,
2004; Kurtz, Silverman & Draper, 2005). Actualmente, alguns autores consideram mesmo que as competências comunicacionais constituem o domínio das aptidões médicas acerca do qual existe mais evidência científica
(Kurtz, Silverman & Draper, 2005).
É hoje largamente aceite que a promoção da relação médico-paciente conduz ao incremento na qualidade dos cuidados de saúde. Especificamente contribui para melhorar o processo de entrevista médica,