Comunicação
… e eu nem sequer gostava de orquídeas. Achava-as muito “artificiais” por vezes “snobs” demasiado sofisticadas. Costumava vê-las nas floristas sempre muito empertigadas nos arranjos.
Há 30 anos, data desta imagem que eu guardava, não eram comuns. Muito menos envasadas. Viam-se à venda hastes ou flores isoladas, principalmente em datas especiais (dia da Mãe), ou eram reservadas aos ramos das noivas.
Tinham fama de serem difíceis de tratar, de precisarem de cuidados especiais a nível de temperatura e humidade por serem tropicais. Falava-se dos “sapatinhos” e das orquídeas da Madeira e eram estas as mais comuns. Não havia ninguém que visitasse a ilha que não trouxesse um ramo ou uma haste de orquídeas ou até uma “muda” para ver se “vingava”.
Um belo dia alguém me ofereceu uma – já não sei quem foi o culpado. Vinha em flor. Era uma daquelas a que as pessoas chamam orquídea borboleta, cor-de-rosa.
Como com qualquer ser vivo que me vem parar às mãos, começou a preocupação com a forma como deveria ser tratada e, de imediato, a pesquisa sobre o assunto e descobri-lhe o nome: phaleanopsis!
Sem grande esperança, lá fui cuidando da plantinha da melhor maneira que podia com os conhecimentos que tinha conseguido adquirir nas floristas, nos jardins, num ou noutro artigo das revistas sobre plantas ou sobre jardinagem.
Esperei, esperei e esperei pela floração. Andei com o vaso pela casa à procura da melhor localização. Rega a mais? Rega a menos? Falta da “vitaminas”? Corrente de ar? Falta de luz? Nada de flores!
Já quase rendida, coloquei o vasito perto de uma janela, protegido do sol, e fui regando o vegetal que se mantinha viçoso, embora sem nenhuma graça especial como planta de interior decorativa. Eram umas folhas verdes, grandes, rígidas, que nasciam alternadamente viradas para o lado direito e para o lado esquerdo do caule. Deixei de lhe prestar atenção especial para além das regas e das adubações que fazia a todas as plantas da casa.
Um